Felicidade


Caminhei entre as ruas vazias e as vielas silenciosas, as nuvens cobriam a lua e o escuro tomava conta de tudo. Eu sabia que o encontraria ali, sempre tão perdido e distante do mundo cotidiano. Não demorei a enxerga-lo entrando em um beco, a escuridão era mais que absoluta. Segui-o e antes que pudesse chama-lo ele se virou para me encarar, de algum modo sempre sabia quando eu me aproximava. Ele sorriu ao me ver e eu fiz o mesmo, os traços finos e fortes ao mesmo tempo, a pele clara e os olhos esmeralda sempre travessos. Ele me fitou, e nosso olhar já dizia tudo o que queríamos, a distância entre nós foi quebrada, o corpo dele se juntou ao meu e de repente eu já estava presa entre a parede e ele. Os lábios dele se moldaram aos meus, os dedos macios percorrendo-me, a sensação de êxtase se espalhando por meu corpo – e ali um correspondendo o outro como se não houvesse o amanhã, porque se você parar pra pensar na verdade não há, apenas o hoje e o agora importam, o amanhã que fique para depois. Meu corpo ao dele é a prioridade do momento, a felicidade que não demorei a encontrar, o estupor de prazer. Um sem pertencer ao outro, mas em questão de segundos já fazíamos de dois apenas um. O amor não se encontra em qualquer esquina, mas a felicidade em qualquer viela pode estar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Menestrel

Sonhos de inverno